A segurança dos alimentos é uma preocupação cada vez maior entre os consumidores, e produtores, agricultores, fabricantes, varejo e governo estão atentos a essa exigência. Para informar ao público sobre a origem do produto e percurso que ele percorre até chegar à sua mesa, cresce o número de empresas estão, voluntariamente, desenvolvendo programas de rastreabilidade voltados para a melhoria da eficiência e para ajudar na proteção de suas marcas. É o caso da cadeia produtiva do setor de sorvetes, que leva a palestra “A rastreabilidade como Ferramenta para a Segurança do Alimento”, ministrada por Nilson Gasconi, executivo de negócios da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, para debate durante a primeira edição do Clash – Congresso Latino-Americano de Sorvetes – Helados.
O objetivo do evento, que acontece nos dias 7 e 8 de junho, em São Paulo, é levar aos principais líderes e representantes de toda a cadeia produtiva do setor diversas questões, como mercado, tendências, inovações, regulamentação, rastreabilidade, tributação e nutrição. A adoção de padrões de rastreabilidade, considerada fundamental no ramo alimentício, ganha um peso ainda maior para um setor como o de sorvetes, cuja expectativa é produzir 799 milhões de litros no Brasil até 2020, segundo dados da Mintel, agência de inteligência de mercado.
O tema também contribui para um dos principais objetivos do Clash 2017, que é justamente o que superar os desafios e aproveitar as oportunidades dos mercados Brasileiro e Latino-Americano. “O conceito de rastreabilidade de alimentos pode ser uma oportunidade para aprimorar os processos produtivos e conferir um diferencial competitivo a cada marca”, destaca Gasconi.
O Padrão Global de Rastreabilidade (GTS, na sigla em inglês), é a premissa para que empresas acompanhem a trajetória e a exata localização de seus itens a qualquer momento em uma escala global – indiferentemente de quantas empresas estejam envolvidas ou de quantas fronteiras sejam cruzadas até chegar ao cliente final. Ele é formado por critérios que registram o passo a passo de cada etapa da cadeia produtiva, permitindo que a informação percorra o caminho para frente ou para trás na cadeia de abastecimento até que seja identificada a origem de um problema. É assim que um recall se torna eficiente e rápido, como deve ser no momento de detecção de contaminações.
Sistemas como o Padrão Global de Rastreabilidade GS1 possibilitam fazer esse acompanhamento e reassegurar aos consumidores que os produtos respeitam completamente seus desejos. Os padrões GS1 como, por exemplo, o código de barras, as etiquetas inteligentes (EPC/RFID) e os códigos bidimensionais propiciam a rastreabilidade e podem armazenar informações adicionais de um produto como data de produção, data de validade, número de lote etc. Adotar um padrão usado por mais de 800 empresas da Ásia, Europa e Américas representa um avanço mercadológico e de reputação à marca.
Recall – A reastreabilidade também é a principal ferramenta para retirar algum produto do mercado em caso de qualquer eventualidade. Ter a competência de recolher os lotes de produtos em curto prazo, antes que os consumidores sejam afetados, é o objetivo maior de um serviço bem prestado e da conquista de confiança. Quando uma situação de recall acontece, é necessária rapidez nas ações para evitar que o problema tome proporções maiores. É aí que a rastreabilidade assume um papel fundamental. Graças a ela, é possível adotar medidas emergenciais, já que o processo permite identificar onde ocorreu a contaminação química, biológica ou perda de qualidade e retirar prontamente o produto de circulação.
A padronização de dados dos bens alimentares na cadeia de suprimentos se torna cada vez mais necessária. Quem faz a lição de casa ganha duas vezes: conquista a confiança do consumidor e abre as portas para o comércio mundial, que também tem sido criterioso quanto ao controle de origem.
Padrão Global de Rastreabilidade GS1 – Trata-se de um padrão empresarial desenvolvido dentro do Processo de Gerenciamento de Padrões Globais GS1 (GSMP), uma comunidade de mais de 800 empresas da Ásia, Europa e Américas que representa varejistas, fornecedores, indústrias, organizações membros da GS1 e provedores de soluções de todos os setores da economia. O Padrão Global de Rastreabilidade GS1 não compete com outros padrões internacionais como os da ISO, Global Food Safety Initiative (GFSI) do CIES, Global Food Standard do British Retail Consortium (BRC), Food Marketing Institute, Global GAP, ou demais certificações para alimentos “orgânicos”. De fato, a GS1 auxilia empresas e organizações a atenderem as exigências desses tipos de requisitos, pelo fornecimento de ferramentas – e esclarecimentos de como aplicá-las – para atingir os tão procurados níveis de rastreabilidade.