O último “Seminário Internacional de Rastreabilidade, Qualidade e Segurança” – realizado durante a durante a 21ª Feira Fórum Hospitalar 2014, em São Paulo, em 21 de maio – teve como foco principal a rastreabilidade dos medicamentos no Brasil, que terá o código de barras bidimensional DataMatrix como padrão de identificação. Escolhido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o DataMatrix é o aliado dos profissionais da saúde na garantia da segurança de pacientes durante o tratamento.
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“Nosso lema para o setor da saúde envolve os ‘cinco certos’: paciente certo, medicamento certo, rota certa, dose certa, na hora certa; essa é a garantia da segurança do paciente durante um tratamento”, afirma Roberto Matsubayashi, diretor de Inovação e Alianças Estratégicas da Associação Brasileira de Automação - GS1 Brasil. O executivo participou do seminário, do qual participaram profissionais, acadêmicos e entidades ligadas à saúde para debater a rastreabilidade de medicamentos e materiais.
O uso do código GS1 DataMatrix passa a possibilitar a identificação única do medicamento e uma série de informações como número do lote, data de validade, agilidade e precisão na conferência dos itens. Além disso, o código carrega informações desde a origem do produto ao ponto de utilização, o que minimiza os erros nos processos de atendimento e medicação do paciente. “O profissional da área da saúde lida com a vida, que é uma situação muito delicada, em ambientes de muita pressão, e precisa de uma ferramenta adequada para desempenhar essa função”, explica Matsubayashi.
A preocupação com a segurança do paciente é assunto em pauta no Brasil e no mundo. “É importante que tenhamos uma visão macro para assegurar qualidade e segurança no atendimento aos pacientes”, reforça Alessandra Gurgel, farmacêutica do Hospital Oswaldo Cruz, que já utiliza o código GS1 DataMatrix.
Para Ana Paola Negretto, farmacêutica do Grupo de Maternidades Santa Joana, “quem ainda não implantou o GS1 DataMatrix, é importante saber que, com ele, só se obtém melhoria no processo”. Ana Paola reforçou a importância de obter todas as informações sobre o fluxo do medicamento até o tratamento do paciente, e que é possível aplicar o processo de rastreabilidade também nos pequenos hospitais. “É preciso focar a atenção sempre nos pacientes.”
Quanto ao investimento na ferramenta de identificação e rastreabilidade, Nilson Malta, farmacêutico do Hospital Israelita Albert Einstein, acredita que “o retorno do investimento na identificação padronizada é rápido se pensarmos em qualidade e segurança do paciente”. “Esse é o pensamento de quem tem a preocupação com a vida.”
Já Rafael Fernandes, da Anvisa, afirma que “o mecanismo para a rastreabilidade já existe, o problema é que ainda não está disseminado. Devemos padronizar todos os produtos da área da saúde. Mas isso não é expectativa, isso vai acontecer”.
O seminário também contou com a presença de Mark Neuenschwander, presidente da The Neuenschwander Company - consultoria que fornece relatórios, serviços, palestras e seminários que promovem e facilitam o desenvolvimento e implantação da automação em medicamentos, em particular aos sistemas de segurança dos pontos de atendimento.
Em sua apresentação, Mark destacou três pontos importantes no processo de rastreabilidade: informação (quem é o meu paciente, qual medicação necessária), verificação (dose certa, remédio certo, rota certa, paciente certo, na hora certa), e documentação (o que fiz, quando fiz, ou seja, relatório detalhado de todo o processo, em real time). Mark enfatiza que, desta forma, não somente o paciente é assegurado, mas todos os profissionais da saúde. Afinal, “não falamos apenas sobre o paciente, e sim, sobre pessoas em geral”.
Mark discorre sobre inúmeros casos de medicação incorreta, que poderiam ser evitados caso o código de barras estivesse identificado no produto. “O código de barras é a segurança, pois oferece precisão. Com o código GS1, é possível ter um padrão com os fabricantes e manter também uma padronização interna”. “Eu não vou descansar enquanto houver uma criança sem uma pulseira de identificação ou um medicamento sem o código de barras”, finaliza Mark.