Uma cena comum nos supermercados é ainda ver os operadores de caixa digitando a numeração do código de barras porque a falta de qualidade de impressão impede a captação pelo leitor óptico. Quando isso acontece, há uma perda média de 26% da produtividade nos checkouts, aponta estimativa da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. Já os erros cadastrais entre varejo e indústria podem causar prejuízos de R$ 1 bilhão por ano, segundo a GS1 UK e Cranfield School of Management.
Para evitar que dados imprecisos ou incorretos comprometam a operação das lojas e, consequentemente, a lucratividade dos negócios, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), com apoio da GS1 Brasil, iniciou um programa para apoiar o varejo brasileiro a vencer os desafios de um cadastro consistente com dados qualificados e produtos com código de barras que garantam agilidade de leitura.
Nesse contexto, a GS1 Brasil trabalha com cinco princípios de qualidade de dados dos produtos. É preciso ter o cadastro completo, com todos os atributos do produto preenchidos; adotar dados padronizados conforme boas práticas do mercado; ter a mesma informação circulando em todos os sistemas de consulta; trabalhar co exatidão e precisão dos dados informados; e realizar a atualização constante das informações cadastradas.
Na prática, trabalhar com dados equivocados têm alto impacto nos custos e em diversas áreas, como erros de pedido de compras, problemas de gerenciamento de categorias, falta de produtos nas gôndolas, duplicidade de mercadorias no sistema e imprecisão no estoque. Por isso, a Abras entende que a qualidade dos dados cadastrais precisa ser trabalhada como pauta prioritária nos supermercados e busca o apoio técnico da GS1 Brasil para a disseminação dos padrões globais de identificação na captura de dados e compartilhamento de informações.
No caso das regras que impactam na qualidade do código, um dos principais itens que merece atenção especial são as cores. Barras pretas com o fundo branco são as mais indicadas, pois propiciam o contraste ideal para a leitura. O tamanho também deve ser levado em consideração; ele pode variar conforme o espaço disponível na embalagem. Porém, deve-se observar as regras de magnitude do código: reduzir o comprimento das barras em relação à sua largura, por exemplo, pode prejudicar a leitura, assim como a ausência das margens de silêncio (espaço no início e no final do código, onde o leitor "entende" que ele começa e termina).
Além disso, para garantir a eficiência do código de barras e permitir que ele seja capturado na primeira tentativa em qualquer equipamento, a GS1 conta com um processo de avaliação feito em máquinas de alta tecnologia que seguem as normas ISO. O processo de certificação garante a leitura e elimina a digitação manual, entre outros erros.
Medidas como essa são fundamentais e trazem benefícios para todos os elos envolvidos. Com a garantia de leitura, termina também a digitação e outros erros relacionados a problemas de leitura do código de barras, como, por exemplo, a ruptura no estoque. Isso significa maior agilidade no checkout e maior eficácia em todo processo da cadeia logística, resultando na redução de filas, erros e atrasos.
O padrão GS1 é adotado mundialmente por mais de 1,5 milhão de empresas, dos mais variados ramos de atividades como instrumento fundamental na identificação de itens comerciais; captura de dados e comunicação eletrônica entre empresas. O uso de uma linguagem padrão global entre os parceiros de negócios é um dos fatores críticos do sucesso na obtenção de resultados.
Pontos de atenção para qualidade de impressão do código de barras:
• Cores: A melhor combinação de cores é a de barras pretas com fundo branco, propiciando contraste;
• Truncamento: Não reduza a altura das barras, pois isto impacta diretamente na eficiência da leitura;
• Margens de Silêncio: São os espaços em branco antes da 1ª e depois da última barra, respeite-as, pois são fundamentais na leitura;
• Localização: A recomendação é que o código esteja no quadrante inferior direito do verso. Não se deve imprimi-lo em dobras, cortes e uniões da embalagem;
• Posicionamento: Em embalagens cilíndricas recomenda-se colocar o código na posição vertical (barras paralelas a base do produto).
Por Paulo Crapina, gerente de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil