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13/08/2014

Controle e visibilidade: internet das coisas

​​​Reprodução

 
Existem diversas atividades fundamentais desempenhadas pelas empresas no cumprimento de sua missão, sempre com o objetivo de agregar valor aos acionistas, colaboradores e mercado.
 
Dentro deste enfoque, a logística tem responsabilidade direta sobre dois pontos muito importantes: fazer com que os produtos e serviços cheguem ao seu destino final e, cada vez mais importante, exercer o controle e dar visibilidade à operação. Isso permite identificar quanto, onde, quando, como e que processamento os ativos estão sofrendo. Exemplificando: é desafiador ter controle de um estabelecimento varejista que trabalha com quatro a 80 mil itens de alto giro, dependendo do seu porte, administrando para manter os custos baixos aliados à alta disponibilidade de todos os itens. Já a visibilidade é perseguida de várias formas, seja para rastreabilidade dos produtos, seja para gestão da demanda. Basta imaginar como seria muito mais fácil ajustar-se à grande oscilação de demanda ocorrida com a crise financeira se houvesse a visibilidade sobre a distribuição de estoque de produtos ao longo da cadeia de suprimentos.
 
Sem o uso de ferramentas adequadas, é humanamente impossível atender a todas as demandas que chegam à área de logística. Além dos aplicativos que apoiam a execução dos processos empresarias tais como o ERP (Enterprise Resource Planning) ou o CRM (Customer Relationship Management), o uso de ferramentas especializadas, como WMS (Warehouse Management System), tem crescido. Porém, esses programas sofisticados necessitam ser parametrizados com uma série de regras de negócios.
 
Para alimentar suas bases de dados, fazem uso de duas tecnologias: a identificação e captura automática de dados (AIDC), da qual fazem parte os códigos de barras e, mais recentemente, a identificação por radiofreqüência – (RFID); além do intercâmbio eletrônico de dados (EDI), que automatiza a troca de dados, tão importante para execução dos processos logísticos que envolvem os parceiros comerciais.
 
Existe uma questão provocativa para quem trabalha com otimizações e melhorias dos processos envolvendo parceiros na cadeia de suprimentos. Ela é executada pelas empresas de forma parcial, uma companhia entrega, a outra recebe. Este é o paradigma que tem impacto direto na integração dos processos, nas tecnologias utilizadas e é sempre um grande pesadelo na gestão integrada dos parceiros comerciais. Atender especificações de tecnologia e informação de vários clientes de grande porte é trabalhoso e um tanto complexo para corporações de todos os portes.
 
Código de barras
O código de barras, apesar de ser uma tecnologia madura, ainda possui um potencial muito alto de benefícios em longo prazo. Mesmo com o advento da tecnologia RFID, o código de barras ainda deve ser aplicado segundo as recomendações da GS1, pois funciona como alternativa para aqueles que ainda não utilizam a tecnologia RFID ou a instalaram parcialmente, ou até em caso de falha da nova tecnologia. Em aplicações como rastreamento da carga, é grande o benefício ao se utilizar o SSCC – Número de Série de Unidade Logística associado ao código de barras GS1-128. Este identificador é gerado e aplicado pelo embarcador da mercadoria, o que facilita o rastreamento das cargas ao longo da cadeia de suprimentos envolvendo múltiplos modais de transporte, a integração das autoridades aduaneiras, a automação do recebimento, a realização de operações de Cross Docking, feitas pelas empresas vendedoras e compradoras. Os benefícios vêm sendo comprovados por inúmeras corporações e o fato de que apenas uma etiqueta é aplicada e compartilhada por todos reduz custos e melhora a rastreabilidade.
 
Outra tendência é o uso código de barras 2D GS1 DataMatrix. Para leitura deste código, é necessário utilizar scanner baseado em câmeras, já que o laser não consegue lê-lo. Este é destinado a aplicações específicas, como a rastreabilidade no setor da saúde, e tem como vantagem permitir a sua colocação em áreas muito pequenas, comuns em produtos médico-hospitalares, impressão em alta velocidade e grande capacidade dos dados.
 
e-commerce, EDI & GDSN
Uma tendência do e-commerce é a utilização de padrões relacionados ao intercâmbio eletrônico de dados cadastrais de produtos e empresas. A proposta do GDSN (Global Data Syncronization Network – Rede Global de Sincronização de Dados) é fazer com que os cadastros das empresas que aderirem a esse serviço sejam mantidos constantemente alimentados e sincronizados por meio de um catálogo eletrônico. O uso de modelos colaborativos mais sofisticados exige dados de alta qualidade e variedade maior de atributos. A lista de atributos aplicados a esse padrão não para de crescer, pois novas funcionalidades colaborativas são implantadas e novas categorias de produtos são agregadas no formato de hipermercado: eletrônicos, têxteis, ferramentas etc., que criam a necessidade de definições próprias para suportar as transações comerciais.
 
O EPC (Código Eletrônico de Produto), padrão que utiliza tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID), foi desenvolvido em uma iniciativa liderada pela GS1. No final da década de 1990, as lideranças da GS1 consideraram importante planejar o desenvolvimento de padrões para próxima geração de padrões para identificação e captura automática de dados. A tecnologia candidata foi a identificação por radiofrequência (RFID).
 
Esta é uma tecnologia que possui significativas vantagens pelo fato de a leitura ocorrer sem a visualização direta, ao contrário dos códigos de barras, que precisam ser “vistos” pelo leitor. A adoção do EPC representa uma mudança positiva no conceito de identificação e troca de informações dentro da cadeia de suprimentos. Além de agregar rapidez às transações comerciais e armazenar uma quantidade maior de dados do produto, a tecnologia permite, ainda, a total rastreabilidade das operações e visibilidade do produto na cadeia de suprimentos. Com o EPC, cada item tem o seu próprio número individual codificado em uma etiqueta de radiofreqüência (RFID). Os leitores fazem a captura dessa identificação e alimentam banco de dados que suportam modelo de serviço EPC-IS. Através de sua consulta é possível indicar onde o item está e em quais condições. Com isso, consegue-se a identificação automática e a total visibilidade dos produtos na cadeia de suprimentos. É bom frisar que a nova etiqueta não substituirá o código de barras, a tendência é que nos próximos anos as duas tecnologias funcionem lado a lado.
 
No país, foi lançada a iniciativa Brasil-ID, que utiliza a tecnologia RFID. Ela significa uma grande oportunidade para o desenvolvimento da cadeia de suprimentos do país e especialmente no caso dos produtos os padrões GS1/EPC têm um papel importante a desempenhar. Ela assegura que os produtos que importamos ou exportamos funcionarão em sistemas de automação em todo mundo da mesma forma que acontece com os produtos hoje codificados com o EAN-13.
 
Internet das Coisas
O conceito de Internet das Coisas (Internet of Things) nasceu no MIT - Massachusetts Institute of Technology dentro do AutoID Labs – hoje AutoID Center quando se desenhava o cenário futuro da logística com a utilização de tecnologias do futuro, no caso o RFID e a Internet, em uma iniciativa liderada pela GS1 e por empresas visionárias. Baseado neste conceito, todas as "coisas" existentes no mundo, como produtos de consumo, vestuários, veículos, etc. têm aplicado um dispositivo baseado na tecnologia RFID. Este contém um número único, o EPC - Código Eletrônico de Produto, e as leituras realizadas por intermédio de leitoras RFID podem ser acessadas da rede EPCglobal. Desta forma, fatos como faltar produto no estoque, saber onde ele está ou qual é a unidade correspondente ao pedido, a composição, a autenticidade, estariam totalmente resolvidos.
 
Neste cenário futurista, as leitoras estariam incorporadas também aos eletrodomésticos e por meio de consulta a serviços na Internet facilitariam a vida das pessoas: a geladeira saberia informar qual produto está faltando ou com a data de validade por vencer; o forno microondas saberia a temperatura e tempo para cozinhar; a lavadora de roupas "inteligente" se ajustaria automaticamente à roupa a ser lavada podendo inclusive avisar para retirar peças que necessitem de uma lavagem exclusiva. Na experiência com o consumidor, podemos listar o check-out inteligente, que reconheceria os produtos instantaneamente no carrinho de compras, ou o "espelho inteligente", onde seria possível verificar o produto e consultar disponibilidade de tamanhos e cores, as combinações, a questão da rastreabilidade para verificar se o produto é autêntico, quem o produziu e como. Isto tudo de fato vem aos poucos sendo incorporado ao cotidiano das pessoas.
 
O conceito é revolucionário, porém a tecnologia é desenvolvida de modo a permitir a implantação de forma evolucionária.
 
Regras de negócios
Utilizar regras de negócios e tecnologias padronizadas pode ser a melhor resposta para as empresas. O objetivo do trabalho da GS1 é permitir a realização de acordos colaborativos que definem qual tecnologia, padrões de identificação e dados serão utilizados, e as boas práticas recomendadas. Por exemplo, a documentação das mensagens EDI ou do GDSN incluem cenários tais como as transações básicas de pedido, confirmação, entrega e pagamento. Mas existem outros cenários tais como VMI (Vendor Managed Inventory) ou CPFR (Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment). É uma verdadeira coreografia, que permite bom funcionamento de sistemas quando há completa sincronia entre as operações das empresas da cadeia de suprimentos.
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*Roberto Matsubayashi é diretor de Inovação e Alianças Estratégicas da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil
 
 
Fonte: B2B Magazine