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28/04/2015

Arsenal tecnológico entra na batalha contra roubos

Produtos eletrônicos, alimentos e medicamentos são os maiores alvos da onda de roubo de cargas que atinge várias regiões do país, notadamente os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Em apenas um mês, no final do ano passado, em seis assaltos realizados em São Paulo, os criminosos levaram carga de microprocessadores, eletrônicos e celulares no valor de R$ 9 milhões. Nada fortuito. "Trata-se de mercadorias de alto valor, de fácil manuseio, rápida comercialização pelos receptadores e altamente lucrativa", comenta o coronel Paulo de Souza, assessor de segurança da NTC&Logística.

Segundo ele, no caso de produtos eletrônicos, as quadrilhas atuam sobretudo no traslado dos produtos entre o aeroporto de Viracopos, em Campinas, e as fábricas de algumas empresas, como Samsung, Dell e LG Electronics, instaladas ao longo das rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Santos Dumont e Dom Pedro. No ano passado, a região teve média de dois roubos de cargas por dia. A tendência se mantém este ano, de acordo com o assessor da NTC. Entre março de 2014 e março deste ano foram registrados 1.493 roubos no interior paulista. Neste mês, 11 homens armados com fuzis renderam a escolta de um caminhão de uma transportadora e levaram uma carga de iPhones no valor de R$ 2,5 milhões.

A Samsung e a LG não comentam os recursos que utilizam para proteger suas mercadorias, alegando que o sigilo é vital nesses casos. Mas várias tecnologias de última geração, além de outras sistemáticas de proteção, são empregadas, informam os fabricantes de equipamentos de segurança veicular. Caminhões transportadores de cargas não identificados, escoltas com monitoramento remoto através de helicópteros, rotas alternativas, dispositivos de transmissão de dados, sinalizadores de rádio, bloqueadores wireless, rastreadores GPS, equipamentos que incorporam informações de telemetria são soluções cada vez mais utilizadas pelas empresas, até mesmo por exigência das companhias seguradoras, de acordo com as respectivas apólices de seguro propostas para os clientes que contratam os serviços junto aos fornecedores.

Mas nem sempre os roubos são evitados. Em muitos casos, os criminosos agem em grandes grupos, fortemente armados e organizados, com uma dinâmica rápida, capaz de retirar toda a carga de um caminhão ou de um depósito em menos de dez minutos. "A tecnologia tem eficácia num primeiro momento, mas outro componente de tecnologia pode anular o mecanismo de segurança", avalia o coronel Paulo de Souza, da NTC. "O sistema de rastreamento, a comunicação entre o veículo em movimento e base que a monitora, através de ondas magnéticas, por exemplo, pode ser anulado por um dispositivo conhecido como jammer, que bloqueia o sinal do GPS", afirma.

Muitas empresas investem em tecnologias que possam assegurar a recuperação de cargas. Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Risco e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec) apresenta um índice de recuperação de 85% do total roubado em 2014. "Muitos roubos são frustrados graças à ação de equipamentos antifurto ou das centrais de monitoramento", diz Cyro Buonavoglia, presidente da entidade. Já existem dispositivos pequenos (iscas) colocados dentro das cargas que emitem sinais e permitem a sua localização em caso de roubos.

Para Roberto Matsubayashi, diretor de inovação e alianças estratégicas da Associação Brasileira de Automação-GSI Brasil, o sistema de rastreabilidade pode ser fundamental para garantir o transporte de cargas, especialmente alimentos, medicamentos e eletrônicos, as mais visadas. "Bem orientado, esse sistema permite que todos os elos envolvidos em uma cadeia de abastecimento tenham conhecimento sobre onde se encontra um determinado produto desde sua origem até o seu consumo final."

Segundo Matsubayashi, a entidade tem um portfólio de tecnologias para identificação e rastreabilidade que abrange códigos lineares, bidimensionais e de identificação por radiofrequência (RFID) capaz de proporcionar segurança para as empresas e seus consumidores, além de aumentar a eficiência, combater roubos e fraudes no sistema de distribuição.

Fonte: Valor Economico - Empresas - 28/4/15